Vá com Deus Edinei

 Conheci o Edinei através de uma briga. Era início do ano passado. Após esta nossa discussão, fui para o meu quarto e passando alguns minutos, ele se dirige até o mesmo e pede desculpas, ali começava uma grande amizade. O que eu mais admirava no Edinei era sua capacidade de perdoar e pedir perdão. Algumas vezes, quando ele discutia com alguém, compartilhava sua angústia comigo e após procurava a pessoa em questão, para se reconciliar. E foi por isso que nossa amizade deu certo. Sempre olhei para o Edinei não só como um menino alegre, espontâneo e simples, o admirava por sua capacidade de ir, até onde não queria ir e de fazer o Reino de Deus acontecer.

Posteriormente, Deus me deu a Graça de trabalhar um ano com ele na capela do Sefisc. Também admirava sua responsabilidade diante do trabalho.  Menino prático, sempre quando eu chegava na capela e ele já estava. Quantas vezes, quando não havia aula, ele se antecipava no trabalho, passando pano, depois a cera, limpando os vidros, tudo sozinho. Até hoje não entendo, como ele levantava o altar da capela (que é pesado) sozinho, quando eu com outro quase não consigo!

Também Deus me presenteou, ao me deixar como testemunha dos últimos meses do Edinei. Muitas vezes ele partilhou comigo suas angústias e alegrias, dores e glórias. Quando soube da morte dele, me ajoelhei diante do Santíssimo e nunca estive tão presente diante da Graça de Deus. E por que? Pois eu acompanhei o processo de alguém que nos seus últimos meses viveu tocado pela mão de Cristo. Mês passado, na porta do meu quarto, ele dizia da grandiosa Vida em Cristo, da qual ele tinha se despertado, falando para mim: o que importa ver as coisas ruins nas pessoas? Apenas com as coisas boas eu quero ficar. Nossa comunidade no Sefisc também percebeu sua mudança. Certa vez no almoço, percebi que já não era mais o velho Edinei que estava ali, mas “um outro”, O Outro, o Cristo que já morava no seu coração.

Por fim, agradeço a Deus esta amizade que me converteu um pouco mais. Amizade esta que nasceu do perdão, da fé, em Cristo e é n’Ele que agora ela continua. E quanto à briga citada no início, não se preocupem. Três dias antes dele morrer, mencionamos o fato e rimos. Ele com seus olhos de transfigurado, disse, não se preocupe Willian, saindo de Brusque, levarei grandes amigos no meu coração e você é um deles. Edinei, nossa esperança foi e continua sendo o Cristo. Aí do céu, espere por nós, para juntos Glorificarmos Aquele que nos chamou eternamente para si, Cristo Jesus.

Willian Fernandes de Jesus.